Parábola da Panela Fervente

Na última profecia dessa seção de seu livro, Ezequiel relaciona a mis­são que recebeu das mãos de Deus aos acontecimentos de sua época. No dia exato em que Nabucodonosor investiu contra Jerusalém, o fato foi revelado a Ezequiel na Caldéia, o qual também recebeu ordens de tor­nar manifesto, por meio da Parábo­la da panela fervente, ser chegada a hora da condenação de Israel. Temos aqui uma parábola específica; não uma ação parabólica, mas apenas uma parábola proferida ao povo em linguagem que denotava ação.

Parábola das Duas Irmãs

As últimas parábolas relatam o juízo sobre a nação. A primeira de­las é a alegoria das duas irmãs, Oolá e Oolibá. A rejeição de Deus por par­te de seus escolhidos é mais uma vez retratada como a quebra da sagra­da união do matrimônio (cap. 16). Primeiramente, analisemos a iden­tidade dessas duas irmãs libertinas da parábola:

Parábola da Videira com Fortes Varas

O sentido exato de “videira na tua vinha” é de difícil conclusão, uma vez que no original se lê “a videira é o sangue”. Certamente não é a mes­ma “videira […] de pouca altura” que já vimos numa parábola de Ezequiel (17:6). Temos aqui uma videira for­te, notável e excelente. A expressão já foi reescrita deste modo: “Tua mãe é como uma videira a viver no san­gue”, ou seja, na vida de seus filhos, ou “quando foste plantada no teu sangue —na tua primeira infância— recém-saída do útero, sem ainda te-res sido lavada” (Ez 16:6). Calvino traduz a expressão por “no sangue das tuas uvas”, que significa “em sua plena força”, assim como o vinho tin­to é a força da uva (Gn 49:11).

Parábola da Grande Águia

(Ez 17:1-24)

Cumprindo ordens divinas, Ezequiel propõe um enigma em for­ma parabólica, para ressaltar a so­berania de Deus sobre as nações e sobre os homens. Nesse capítulo, a parábola se compõe de quatro reis e dos respectivos reinos. Todos os soberanos tinham diferenças entre si, com algo, porém, em comum. Com duas águias, uma videira e ramos a compor a parábola, vamos procurar entender a situação e a sua importância.

Embora os crimes de Israel tives­sem sido desmascarados e se tives­sem decretado juízos em razão de­les, essa “casa rebelde” recusava-se a ser alertada. “Israel estava certo de que a ameaça da Babilônia pode­ria ser debelada se entrasse no jogo do poder político internacional. Se­ria salvo se rompesse o acordo com o rei da Babilônia, Nabucodonosor, e caso se aliasse ao Egito, que dispu­tava a supremacia mundial com os caldeus.” O propósito dessa parábo­la era desmascarar o engano dessa falsa esperança, mostrando que as promessas garantidas de Deus só podem cumprir-se na restauração da casa de Davi.

Parábola de Jerusalém como Esposa Infiel

(Ez 16:1-63)  De certo modo, essa parábola está ligada à anterior, na qual o profeta demonstrou que Israel, por não cum­prir a sua finalidade como nação es­colhida, foi queimada e consumida pelos juízos divinos. Por não ter correspondido à bondade e à graça de Deus, Ezequiel agora emprega a pa­rábola de uma esposa libertina paraContinue a ler “Parábola de Jerusalém como Esposa Infiel”

Parábola do Pau da Videira

(Ez 15:1-8) Temos aqui outra evidência da dívida de Ezequiel para com os grandes profetas anteriores, pois a sua Parábola do pau da videira é um suplemento da Parábola da vi­nha do Senhor, de Isaías (Is 5:1-7). Ezequiel, realçando a condição na­tural de Israel, mostra que, como uma videira, ele se mostrou inútil e nãoContinue a ler “Parábola do Pau da Videira”